domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sobre o Filme "A Fita Branca"


Nessa última sexta feira tive a oportunidade de assistir junto a um amigo o novo filme de Michael Haneke. Confesso o filme tras todos os ingredientes típicos da obra do universo de Haneke em especial, a questão do Ódio. O filme se passa em um vilarejo alemão as vésperas da Primeira Grande Guerra. Muitas questões são levantadas dentro do filme além do ódio, a "moral" norteadora do comportamento das crianças, a perda da inocência da forma mais traumática, a violência feita pelos próprios pais em seus filhos. Comportamento que até então, na opinião do diretor seria canalizada no Nazismo que nasceria anos depois. Esteticamente é o filme mais bem feito de Michael Haneke, a fotografia em Preto e Branco é muito bonita lembrando alguns dos grandes filmes de Bergman, os diálogos são muito bem articulados, resumidamente, um futuro clássico.
Assistam.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Magia do Cinema










Recentemente tenho observado o grande sucesso do filme Avatar de James Cameron. Fico pensativo se seria esse o novo rumo do cinema? Até que ponto isso é viável? Eu, uma pessoa "parada no tempo" tenho esses questionamentos. Imerso em uma modernidade em que a palavra "renovação" está ligada a tecnologia e ainda, a inexistencia de renovações que transcendam a concepção estética o cinema cai em um círculo vicioso. Pensando o cinema como "arte" tudo se torna mais complicado ainda. A rede de relações "Produtores/Diretores/Telespectadores" não vivenciam e não buscam as mesmas coisas, logo nem sempre se obtem o mesmo resultado. Vemos então mudanças as vezes bruscas, como por exemplo Werner Herzog filmar em Hollywood.




Fiodor Dostoiévski dizia algo como que a universalidade estaria ligada na busca da simplicidade, da ausência.




Sinto falta disso no cinema atual (têm filmes muito bons mas confesso que me senti totalmente tocado por "4 meses, 3 semanas e 2 dias" de Christian Mungiu, pois foi o único que carrega uma simplicidade e um tema universal que nos afeta até hoje). Não desconsidero o cinema de entretenimento como o de James Cameron porque ele tem uma importância também, historicamente falando trouxe as pessoas a "vontade de ir ao cinema". Mas quanto ao cinema dito "intelectual" de "arte" ou o que quer que seja. Precisa ser revisto de alguma forma. Fica aqui de exemplo duas imagens de diretores que admiro muito Robert Bresson do filme Les Angés du Péché" de 1943 e Lars Von Trier de "Dogville" de 2003 (acima). O que eles têm em comum? A busca pelo universal.