Recentemente tive a oportunidade de assistir o documentário de Kiko Goifman Filmefobia. Para quem não o conhece, ocorreu uma seleção de pessoas que adimitiram ter fobias para servirem de "prova" no documentário, que tem a finalidade de tratar sobre pessoas e suas "fobias" em meio ao mundo urbano. É com a frase de Jean-Claude Bernadet "A única e verdadeira imagem é a de um fóbico diante de sua fobia.", que dá a tônica do documentário, sua busca por "autenticidade". Na realidade o filme alterna entre "provas de fogo" feita com as pessoas e de conversas entre os produtores do filme. As frases mais interessantes são do próprio Jean-Claude onde questiona o porque dessas pessoas aceitarem participar e confrontar suas fobias. Que, para o mesmo estão intrincadas uma noção de "partilhar da própria dor". Relações entre Fobia e Histeria e a confusão das mesmas também é tratada, a fobia como diferencial da própria pessoa, exclusão, problemas com o "outro" devido a própria fobia, a infância também é retratada na maioria das histórias dos próprios participantes. Quanto as fobias propriamente ditas, vemos das mais diversas; de palhaço, borboletas, de sexo, de ralos de banheiro, de cabelos, de anões e deficientes físicos, etc.
Resumidamente, essas discussões eu considero o que seria "o ponto alto" do documentário. Porém o documentário para existir se fez necessária a criação de "jogos" ou "dispositivos" na concepção da estudiosa de documentários Andréa França. Sendo assim, a "fobia" existe somente na realidade "documental" de Kiko Goifman. Esse é um problema caro ao documentário moderno, que precisa disso para "sobreviver". A intervenção dos produtores dentro do documentário se faz "boa" (quando se filmam as discussões entre eles, onde poder-se dizer que existe também uma busca de respostas para o que estão fazendo) e em partes "ruim" quando em si não se chega a um ponto exato, vemos no fim um festival de inconclusões. Poderiam ter buscado opiniões de médicos, psicólogos ou até sociólogos para dar uma complementada no conteúdo. Acho que ajudaria a dar um "norte" ao tema.
Para quem gosta de filme ao estilo Laranja Mecânica achará interessante as "engenhocas" que aparecem no documentário. São um tanto chocantes para um espectador não muito acostumado a isso. As locações criadas com fundo escuro dáo o tom claustrofóbico, uma forma estética utilizada como forma de choque, uma entrada a fundo na alma humana.
Assistam e tirem suas conclusões.
Muito interessante...Vou ver se encontro este documentario.
ResponderExcluirValeu pelo texto.