segunda-feira, 10 de maio de 2010


Rita Cadillac a Lady do Povo, é o título do mais novo e emblemático documentário de Toni Venturi. Como o nome diz, o documentário porcura dissecar a pessoa de Rita Cadillac ou de Rita de Cássia. Sua infância estudando em um colégio de freiras no Rio de Janeiro, a ausência dos pais (o pai morto quando ela tinha 13 dias de vida, a mãe nunca mais vista), a infância com a avó. O Primeiro namorado, o tempo em que fez programas, a entrada para a TV. O Filme traz toda a trajetória de Rita de Cássia mas com um certo porém.

O documentário de Toni Venturi se sobressai devido ao fato de que sua investiagação se presume no seguinte fato de que é uma artista de cunho popular que foi abosolvida pela comunicação de massa. Mantendo a mesma simplicidade e estilo, diferente de outros artistas do período. O período Chacrinha se torna muito notório pela sua aparição e sua relação com as estrelas. Nessa parte Toni Venturi contrasta a imagem de 'mulher sedutora' com o lado mãe (observem as falas de Rogéria). Sua alienação em relação ao mundo é evidente, não entender como funcionava as "engrenagens" do mundo artístico.
O Documentário se torna uma homenagem muito bonito, em especial por exaltar o lado humilde a relação com os presos, o respeito conseguido pelos mesmos. É algo impressionante, as imagens de antigos shows são interessantes, em especial um documentário feito pela BBC falando sobre os garimpeiros da Serra Pelada em que ela aparece. Só confirma o status de 'lady do povo' dado por Venturi.

sábado, 1 de maio de 2010

Utopia e Barbárie


Na última quinta tive o prazer de ir ao cinema mais uma vez, sozinho. Ritual que faço com devoção. Como de hábito costumo observar os outros filmes, as sessões, os futuros lançamentos. Quando me dou de cara com um lançamento em particular "Utopia e Barbárie" o novo documentário de Silvio Tendler. Dele, tinha visto apenas o documentário sobre Glauber Rocha que gostei muito. Resolvi assistir e, pelo que notei, a empreitada não fora nada ruim.
O Documentário de Silvio Tendler parte do pós-guerra em especial do evento das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, traçando um elo possível entre todos os eventos como se a Utopia e a Barbárie vivessem em uma explendida harmonia.
Passamos por muitos pontos da nossa história, e da história da américa latina que, ao meu ver, dão um toque peculiar ao documentário. Mostrando que aqui também existiram utopias e barbáries (algumas utopias maravilhosas). Temos opiniões de muitos intelectuais de peso, como Susan Sontag, Amos Gitai, Eduardo Gaelano, Jacob Gorender, Leandro Konder (que fala uma frase maravilhosa de Walter Benjamin), Augusto Boal, Gianni Váttimo entre outros.
Sai do cinema tocado, como jamais tivesse saído nesses últimos tempos. É muito bonito olhar aquelas imagens da época e perceber a diferença e o quanto um "ideal" tinha força. Além da sobriedade de alguns intelectuais de observarem os "erros" repensarem suas atitudes perante a época mas que, mesmo assim, se sentem felizes pelo que fizeram e protagonizaram.
O trecho de Eduardo Galeano fala é muito significativo uma declaração de amor a História ele diz algo como que "a história é uma senhora muito exigente, tem o tempo dela para realizar as coisas, o momento dela, quem somos nós para reduzi-la a um mero conjunto de vontades rapidamente?"
Como fala o históriador Elias Thomé Saliba "A história faz as utopias e as utopias fazem a história."
Poético, encantador, UTÓPICO (no melhor sentido que essa palavra possa ter), Silvio Tendler acerta mais uma vez.